Pague 12, leve 8.

Daniela já não dorme fazem dias. Tudo começou um mês atras, quando decidiu adquirir um pacote com uma empresa de intercâmbio Brasileira. Com as mudanças oriundas de Março deste ano - que limitou o visto de estudante concedido pela Imigração de 12 meses para apenas 8 meses - Daniela, que embarca em Setembro para Cork descobriu o óbvio: Pagou por 12 meses de intercâmbio e efetivamente terá apenas 8.

As empresas dos vigaristas continuam a vender falácias para aqueles que, aguçados ainda mais ante a situação desastrosa que atravessa o Brasil - a marola econômica que virou a tsunami da corrupção -  abraçam a ideia de atravessar o oceano e passar - ao menos um tempo - longe disso tudo.

Elas não divulgam, mas continuam vendendo o pacote de um ano (seis meses de estudos + seis meses de férias - 25 + 25 semanas) tendo a consciência de que o estudante não conseguirá fazer o registro no órgão da imigração pelo tempo em que efetivamente pagou tanto a escola quanto a empresa.

Embora previstas para entrar em vigor em Outubro de 2015, as mudancas de Março entraram em prática já no final do mês de Abril, após o fechamento de mais duas escolas: A MEC e a IEA (Esta última tendo o seu proprietário o Brasileiro José Amaral fugido do país e deixado todos os seus alunos a ver navios).

Poucas pessoas sabem, mas mudanças outras estão sendo previstas e tomadas em conjunto pelos departamentos de Educação, Justiça e Imigração e a promessa de que uma drastica reforma com mudanças significativas (Retirada da permissão de trabalho?) seja posta em prática em Outubro. A informação vem do Próprio departamento de Imigração que diz nem este saber efetivamente o que será posto em ação nos proximos meses.

A verdade é que o estudante que paga por um curso de 12 meses se desejar permanecer em terras Irlandesas pelo período de um ano deverá, pelas regras vigentes, que assim proceder ao término de seu visto: 1 - Contrata um novo periodo de seis meses com uma escola de inglês de sua preferência, contratando novamente além da escola o seguro saúde ou 2 - Dirige-se a Imigração e registra-se como turista pelo período de três meses. Em ambas situações o estudante deverá pagar a taxa de 300 euros.

Vejamos como fica a situação de Daniela: Chegando em 1 de Setembro de 2015 por exemplo, Daniela terá seu passaporte carimbado ao entrar no País; de 30 a 40 dias depois disto irá até o escritório da Imigração Irlandesa e fará seu registro, levará documentos necessários e pagará a taxa de 300 euros e terá o visto autorizado até 30 de Abril de 2016. As aulas de Daniela encerrar-se-ão em Fevereiro de 2016 e Daniela entrará de férias. Após 30 de Abril, Daniela deve ou contratar uma nova escola, pagando-a novamente ou ir novamente à Imigração e informar que deseja permanecer no país por mais 2 meses. Pagará a taxa de 300 euros novamente.

Honestamente, não há que se fazer qualquer crítica ao posicionamento das Autoridades Irlandesas. O estudante - ou Imigrante - quando deseja viver neste País temporariamente não possui em tese, direito. O que tem-se é uma concessão (permissão) do Estado Irlandes para que se adentre o País para uma finalidade específica que é no caso o estudo da lingua vigente. A critica é bem direcionada: Se houve mudança e se tem a certeza de que o estudante não permanecerá (a menos que se disponha a gastar) naquele país pelo periodo em que lhe vendeu o pacote - as férias de seis meses são vendidas pela escola e pagas pelo aluno - por quê os vende?

Pelo mesmo motivo que os tais blogs especializados continuam vendendo uma Irlanda e uma Dublin que cada dia existe menos na realidade e mais na imaginação e na cara de pau destes que já sentem no bolso a retração do mercado de intercâmbio para este país que, de dois anos para cá, vem se tornando uma tremenda furada - ou no minimo um mau negócio - para muitos.

Enquanto muitos estão se esforçando para mascarar e esconder esta verdade, para com isso levar uns por fora com esse comercio, a Daniela pagou por 12, mas levou apenas 8.

Essa é a Real de Dublin.